31 de julho de 2011

Halloween

Me chamo Orloff e era minha noite de folga. Tinha saído para beber. Passavam das três e meus olhos já não eram mais os mesmos. Enxergavam apenas o suficiente para perceber os sorrisos provocantes que a ruiva do vestido preto dirigia a mim do outro lado do balcão.

O namorado ainda não se dera conta. Safada... Chamei o garçom e pedi que lhe servisse outra dose do que quer que estivesse bebendo. O homem relutou, antevendo a confusão, mas minha nota de cinqüenta o fez reconsiderar.

Uísque com energético. Além de safada, devia estar bem-disposta. O namorado se enfureceu com meu atrevimento. Virou-se e me encarou, a pele descorada e os olhos vermelhos. Maldito vampiro! Não esperei para ver os caninos; fui cambaleando até lá e acertei-lhe uma garrafada no nariz.

Ele desabou no chão, urrando e se contorcendo sob os gritos aterrorizados da ruiva, seu rosto se cobrindo de vermelho com o sangue. Já o olho esquerdo, de repente era tão castanho quanto o meu. Com o golpe, devo ter arrancado a lente do palhaço fantasiado.